Manuel de Boaventura escreveu, em 1905, “O Solar dos Vermelhos”.
Edward Norton Lorenz postulou, em 1963, a Teoria do Caos.
Hugo Direito Dias funde, em 2018, a obra literária com a Ciência, no guião teatral “Solar dos Vermelhos”.
1740, Vila Chã…
Lágrimas doces correm rosto abaixo.
Maria chora de alegria.
Gabriel de Vermelhim chora de esperança.
Nuno de Grajido chora de Paixão.
Anos mais tarde…
Lágrimas salgadas correm rosto abaixo.
Maria chora de perda.
Gabriel chora de saudade.
Nuno chora de ciúme.
Efeito Borboleta…
E tudo muda!
E foi com sala cheia que, no passado sábado dia 21 de julho, subiram ao palco os jovens integrados nos Ateliers Juvenis e projeto agirE CLDS 3G. Com grande expetativa o público esperava o abrir das cortinas, luz, som, vamos apresentar “Solar dos Vermelhos”. E por um longo momento estivemos envolvidos num retrato de pura beleza e de enorme talento.
Em 2015, a Esposende Solidário convida Hugo Direito Dias para adaptar a obra literária para Teatro, a partir de uma adaptação para texto dramático, já existente. Todavia, o projeto não tem seguimento pelas vicissitudes do tempo, da vida e do trabalho.
Em julho de 2017, o Município de Esposende promove uma nova edição crítica de “O Solar dos Vermelhos”, com estudo introdutório e fixação de texto de Sérgio Guimarães de Sousa.
Em 2018, três anos depois do primeiro convite, Hugo Direito Dias adapta a obra para texto dramático a partir da edição promovida pelo Município de Esposende, criando um guião original para os jovens integrados nos Ateliers Juvenis e no projeto agirE CLDS 3G. Hugo Direito Dias imprime no texto o seu cunho pessoal, usando a transversalidade de áreas e conhecimentos que lhe é característica, envolvendo Literatura e Física, no recurso à Teoria do Caos, e Sociologia na personificação do conceito de lágrima. “Solar dos Vermelhos” assume-se, no teatro, como uma adaptação livre, sem qualquer compromisso com a obra original, teoria científica postulada e constituição química das lágrimas.
A adaptação não deixou de ter presente as características do grupo de jovens atores, bem como a fase de desenvolvimento que vivenciam. Mais do que o momento de encenação é todo o processo de ensaios, construção de cenários, onde o trabalho de equipa entre colaboradores, jovens e famílias é intenso e uma grande mais valia no processo educativo de cada um.
É na promoção de estilos de vida saudáveis e de integração social, numa perspetiva holística e de envolvimento comunitário que contribuímos para a formação pessoal, enriquecimento cultural, sentido de responsabilidade, de cooperação, de igualdade, de solidariedade, valores estruturantes para a participação positiva na sociedade.
Agradecemos a presença de todas as pessoas e dos familiares do Escritor Manuel de Boaventura que muito nos honraram, e em especial agradecemos aos jovens atores pelo empenho, às suas famílias por acreditarem, ao Hugo Direito Dias pela sua entrega, aos colaboradores pelo desempenho e dedicação.